segunda-feira, 17 de março de 2014

Presença de Valdemiro Santiago no SBT pode render até R$ 70 milhões por mês para a emissora, afirma jornalista

A  participação de valdemiro santiago nesse domingo pode ser um “teste”, para uma provável negociação entre o religioso e o canal por um espaço em sua grade de programação. De acordo com o jornalista Ricardo Feltrin, da Folha de S.Paulo, muitas pessoas na emissora já defendem a venda de algumas horas diárias no canal ao pastor.
Segundo Feltrin, as estimativas financeiras são de que a emissora poderia arrecadar cerca de R$ 70 milhões ao vender duas ou três horas de suas madrugadas à Igreja Mundial, denominação liderada por Santiago.
Além do lucro, defensores da ideia de vender um espaço na grade de programação da emissora para a igreja se baseiam também, além do lucro, no bom ibope que o pastor tem rendido aos programas da SBT quando aparece neles como convidado.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Oração em forma de música pedindo pela recuperação do jogador Falcao García faz sucesso nas redes sociais

A notícia da lesão do jogador colombiano Radamel Falcao García foi recebida com muito pesar por todo o país. Considerado o principal jogador da seleção da Colômbia, o jogador pode ficar de fora da disputa da Copa do Mundo desse ano, que será realizada no Brasil. Diante da notícia, o cantor Santiago Benavides resolver gravar uma oração em forma de música pedindo a Deus pela recuperação do jogador, e se tornou sucesso nas redes sociais.
No vídeo, de pouco mais de um minuto, o cantor começa dizendo a Deus que sabe que existem problemas mais graves para serem resolvidos do que a lesão do jogador, mas pede para Deus “perdoar sua ousadia” em fazer um pedido relacionado ao futebol e faz uma oração pela recuperação do craque colombiano.
Em sua música, Benavides pede para que Deus cure a perna do jogador para que ele possa fazer muitos gols pela seleção de seu país. Além disso, ele pede também para que Deus perdoe o jogador que o lesionou.
Veja um trecho da música (em espanhol):
“Señor sana a Falcao,
Arréglale la pierna,
Que meta muchos goles,
Con nuestra Selección
Que tiene la gloria delante de la tierra
Y al que lo lesionó,
Perdónalo señor”
Falcao García sofreu uma grave lesão no ligamento cruzado durante uma partida do Mônaco pela Copa da França. O jogador já passou por uma cirurgia e, segundo o médico que o operou, tem 50% de chances de estar recuperado até o Mundial.
Evangélico, o jogador também se apega à fé e acredita que estará recuperado a tempo de jogar a Copa do Mundo. Se lembrando de uma lesão que sofreu em 2006, quando havia acabado de estrear pelo River Plate, García afirmou através de sua conta no Twitter que tem fé em Deus pela sua recuperação.
- Eu vivi um momento realmente ruim, mas hoje vejo isso como uma das grandes lições do futebol. Eu queria apressar a recuperação e só piorou. Porém, foi quando aprendi, realmente, a confiar em Deus e descansar nEle – afirmou o jogador.
- Eu não vou esconder minha tristeza é enorme, meu coração está partido, mas tenho uma esperança do tamanho de um grão de mostarda ao qual me agarro. Mas é o suficiente para acreditar que o meu entusiasmo para a Copa do Mundo ainda está vivo. Deus faz o improvável possível, eu acredito nele! – completou.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Após 18 anos no gospel, Mara Maravilha volta a cantar músicas românticas

A cantora Mara Maravilha está preparando o lançamento de um EP com canções românticas. Desde que se converteu, na década de 1990, a cantora só gravou discos voltados para o mercado evangélico.
Esse novo projeto será divulgado paralelamente ao CD “Vai Tudo Bem” lançando em 2013 pela Square Records. Para este novo trabalho, Mara contará com a parceria do produtor musical Arnaldo Saccomani.
Saccomani é diretor musical no SBT e produtor de grandes nomes da música brasileira como Rita Lee, Fábio Junior e Tim Maia.
Ele foi o responsável por alguns dos sucessos da cantora como “Não Faz Mal”, “Vivendo e Aprendendo” e “Liga Pra Mim”.
Para o EP a dupla adianta a gravação da versão de “Got To Be There”, de Michael Jackson, além de outras regravações, remixagens e inéditas. Com informações IG.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Aumento de evangélicos no país estimula mercado religioso

Para julho de 2014 a Um Entretenimento espera atrair 120 mil pessoas até o Expo Center Norte para uma nova Expocristã. A feira existe há mais de dez anos no mercado e vem acompanhando o crescimento do número de evangélicos no país.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nos últimos 20 anos a quantidade de evangélicos cresceu 60% no país, representando mais de 20% da população.
Dados de um levantamento publicado em janeiro de 2013 pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) afirmava que anualmente o mercado religioso movimenta R$12 bilhões, valores que giram entre shows, eventos, produtos e serviços.
A Expocristã é a maior prova do potencial do setor. Sua última edição, em 2012, atraiu 160 mil pessoas e movimentou R$100 milhões em negócios com a venda de livros, roupas, CDs, DVDs, instrumentos musicais, equipamentos de som e outros produtos.
Por problemas administrativos, a Expocristã não aconteceu em 2013 e para 2014 promete uma repaginação que começou com a troca dos donos da marca.
À frente da maior feira de produtos evangélicos da América Latina estão os empresários Leo Ganem, da Um Entretenimento; Emílio Magnago, sócio da Um e Rogério Barrios atual diretor executivo da feira.
Para se ter uma ideia, empresas como Mapfre Seguros e Bradesco estão apoiando a feira e algumas empresas do segmento já mostraram interesse em expor seus produtos durante os cinco dias de evento.
“Tentaremos fazer a melhor feira possível”, disse Leo Ganem durante coletiva de imprensa. O empresário explicou que se interessou pela Expocristã após sair da GEO Eventos e ter a informação de que a Feira Internacional Cristã (FIC) seria descontinuada.
Ao assumir o nome da Expocristã, a Um Entretenimento se propõe a criar uma feira de qualidade. “Eu quero conciliar uma capacidade de produção muito boa, com muito foco e com uma marca fortíssima, atrair o público novamente”, conclui Leo Ganem.

Mercado concorrido

Por anos a Expocristã foi a única feira do segmento, mas em 2014 terá outras duas feiras concorrentes: O Salão Internacional Gospel e a Feira Literária Cristã (FLIC) que se juntaram e serão realizadas nos mesmos dias e espaço: de 18 a 20 de setembro no Centro de Exposições Imigrantes.
Ambas as marcas estão em seu terceiro ano de atuação, o Salão Internacional tem espaço para gravadoras, compositores, empresários artísticos, escolas de músicas e outros produtos e serviços enquanto que a FLIC está voltada para o segmento editorial.
Apesar das concorrentes, a Expocristã não se sente coagida. “Há espaço para todo mundo”, disse Rogério Barrios falando sobre o contato que a feira vai tentar com as grandes editoras.
“O mercado é amplo, se acreditamos que podemos ter aqui uma feira com o dobro do espaço, outra feira também faz parte do contexto e pode ter sucesso”, encerra o diretor.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Escalação de Nicolas Cage como protagonista do novo filme “Deixados Para Trás” é criticada

A nova versão do filme “Deixados Para Trás” deverá estrear no segundo trimestre deste ano, mas já vem sendo questionada por fãs da série de livros e da trilogia de filme original dos anos 2000.
O novo filme será protagonizado pelo ator Nicolas Cage, que viverá o capitão Ray Steele, piloto de uma companhia aérea. Na história, o personagem é deixado para trás no arrebatamento.
Durante um bate-papo promovido por um site que divulgava o lançamento do filme, o produtor Paul Lalonde foi criticado por alguns fãs pela escolha de Nicolas Cage para o papel, pois o ator não seria “crente”.
De acordo com informações do Christian Post, o produtor teria respondido que não se deve julgar a espiritualidade de uma pessoa pois essa é uma questão a ser resolvida “entre ela e Deus”, e complementou afirmando que cada um “vive sua vida cristã” como achar melhor.
Anteriormente à polêmica no chat de lançamento do filme, outro fã da série escrita por Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins já havia feito questionamentos sobre a escolha de Cage para o elenco do filme, dizendo que o ator seria adepto da cientologia, religião controversa que já foi o pivô de diversas polêmicas nos Estados Unidos e responsável pelo divórcio dos atores Tom Cruise – adepto da cientologia – e Katie Holmes.
Lalonde teria respondido ao fã que o ator Nicolas Cage não é membro da cientologia, e que antes de se tomar um rumor como informação, as pessoas deveriam investigar para encontrar a verdade.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Jovens evangélicos se reúnem em festa “diferente” na virada do ano

Os membros de igrejas evangélicas costumam não participar de festas populares da mesma maneira que os outros. No Carnaval, por exemplo, é comum irem para retiros ou eventos na própria igreja.
Enquanto a maioria dos jovens sai na virada de ano para festas regadas a bebida, os jovens da Assembleia de Deus em Teresina realizam anualmente a festa Celebrate.
A programação do evento inclui várias atividades, como a retrospectiva 2013, contando os eventos mais marcantes do ano dessas pessoas, mas em forma de cordel e repente. Também ocorrerá um pocket show, desafios e o show de talentos. Um dos pontos altos é a eleição do Miss e Mister Celebrate.
A igreja realiza o último culto do ano mais cedo, antes do Celebrate. “A reflexão é feita durante o culto. Nós vamos vir depois para o sítio para festejar mesmo, já depois da meia-noite… Com certeza dá para se divertir muito, mesmo sem fazer o que geralmente se faz em outras festas. A programação vai até 4h30 da manhã e nós ficamos por aqui até o dia seguinte”, explica Layanna Maiara, que faz parte da organização do evento.
Mara Dallena, também parte da organização, comenta: “Geralmente o intuito em outras confraternizações é se embriagar, curtir a noitada. Aqui nós queremos confraternizar realmente, celebrar o ano que passou”.
Não tem brinde com champanhe nem espetáculo de pirotecnia. O Celebrate é basicamente a oportunidade de celebrar a virada do ano com os amigos da igreja, sem deixar de ser divertido. Com informações G1.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Atentados à bomba de radicais islâmicos iraquianos matam 37 cristãos no Natal

Dois ataques à bomba marcaram o dia de Natal no Iraque, onde 37 cristãos foram mortos por insurgentes.
Em ações separadas, os militantes muçulmanos iraquianos explodiram as bombas com o objetivo de atingir exclusivamente os cristãos, considerados infiéis pelos radicais islâmicos.
O primeiro ataque aconteceu numa feira livre de Athorien, quando uma bomba foi acionada na seção cristã da feira, matando 11 pessoas e deixando outras 21 feridas.
A segunda explosão aconteceu por meio de um carro-bomba, que explodiu ao lado de uma igreja durante a celebração de Natal e matou 37 fiéis, segundo informações da Polícia de Bagdá.
De acordo com o portal iG, os grupos radicais islâmicos do Iraque ainda não reivindicaram a autoria dos atentados, mas os últimos ataques têm sido perpretados por integrantes da Al-Qaeda.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Igreja Católica é a besta do Apocalipse? Blog do bispo Macedo acredita que sim

O blog do bispo Edir Macedo postou nesta quinta-feira (19) um vídeo dublado que fala sobre a besta do Apocalipse revelando quem estaria sentado no trono da besta.
O título da postagem é o mesmo do vídeo: “O maior segredo do Vaticano é revelado”. Como se pode notar, o documentário liga a Igreja Católica com o símbolo das Escrituras Sagradas.
“Nas profecias, a besta simplesmente representa um reino”, diz trecho do vídeo que cita Daniel 7.23. O vídeo também desvenda o capítulo 17 do livro de Apocalipse, principalmente as vestimentas da besta, a forma como reina e outras revelações.
O vídeo tem mais de 21 minutos e quase na metade das explicações o autor faz um lembrete dos assuntos já mostrados dizendo que a besta é uma igreja e uma cidade, está fundada sob sete montes, se veste de púrpura e escarlate, está ornada de pedras preciosas, exerce poder sobre todos os habitantes da Terra, (…), tem um único homem que age e fala por todos, e outras características.
“Somente um poder na história corresponde com todos esses detalhes da descrição profética: A Igreja Católica Romana”, diz o narrador do vídeo recapitulando cada uma das características da besta com as da Igreja Católica.
Ao postar o vídeo em seu blog, Macedo não fez nenhum comentário e mesmo assim conseguiu que mais de 6 mil pessoas compartilhassem o vídeo e quase 200 comentários de fiéis que entenderam o recado do líder religioso.
Assista:

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A fé em cartaz: Hollywood redescobre o filão bíblico

Constante na história do cinema, mas esquecido nos últimos anos, o livro sagrado cristão retorna à bolsa de apostas dos estúdios e pode ser o grande fenômeno de bilheteria em 2014

Desde o surgimento do cinema, no fim do século XIX, a Bíblia é pauta recorrente de estúdios e roteiristas. Hollywood já tratou do tema em diversos momentos, dos quais se destaca, pelo volume e pela qualidade das produções, aquele entre os anos 1950 e 1960. Agora, o filão bíblico retoma o seu lugar na tela, com cinco filmes planejados para estrear em 2014. Entre as figuras já confirmadas no tapete vermelho no próximo ano, estão os profetas Noé e Moisés, Maria e seu filho, Jesus.
Ao se apropriar da Bíblia, o cinema sempre esteve atento não apenas à mensagem religiosa, mas ao lado épico das narrativas, e seu potencial como espetáculo. O desafio de reconstruir um passado mítico —  um tempo de milagres — tem apelo evidente para um meio como o cinema, e apelo redobrado numa era em que os efeitos especiais são pedra angular de boa parte das produçôe. Com um orçamento estimado em 130 milhões de dólares e o apelo de “cinema catástrofe”, Noé, por exemplo, deve atrair interessados não só na moral da história, mas no espetáculo visual proporcionado pelo longa. “O nicho é antigo e tem potencial, principalmente agora que há mais e melhores efeitos visuais”, diz André Gatti, professor de história do cinema na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
Noé e sua arca serão os primeiros a desembarcar, com o perdão do trocadilho, nas salas escuras brasileiras. Prevista para estrear em abril por aqui, a superprodução Noé é assinada pelo diretor Darren Aronofsky, o mesmo de Cisne Negro (2010) e Réquiem para um Sonho(2000), e traz no elenco os vencedores do Oscar Russell Crowe (Gladiador), no papel do protagonista, e Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes), e as estrelas adolescentes Emma Watson (da série Harry Potter) e Logan Lerman (da saga Percy Jackson).
Entre as demais produções previstas para o ano que vem, estão Exodus, que vai narrar a história de Moisés com Christian Bale (Batman – O Cavaleiro das Trevas) no papel do líder e profeta hebreu e Ridley Scott (GladiadorCruzada e Prometheus) na direção; Mary, do cineasta Alister Grierson, sobre a mãe de Jesus; Son Of God, sobre a vida de Jesus, baseado na minissérie de sucesso mundial A Bíblia, vista por mais de 13 milhões apenas em seu episódio de estreia nos Estados Unidos; e Deixados para Trás, remake da trilogia evangélica de mesmo nome iniciada em 2000 e concluída em 2005. Baseada no livro Apocalipse, a produção, que terá Nicolas Cage (O Senhor das Armas) à frente, vai mostrar a vida dos que ficaram no plano terreno após o arrebatamento – a ação em que Deus leva para o céu os que são considerados justos e, portanto, dignos de salvação no Juízo Final.

Para além de Noé e Moisés


  1. Presente nas mais diversas culturas, inclusive entre os índios brasileiros, a história de um grande dilúvio capaz de alterar a face do mundo não é exclusividade de Noé e sua arca. Contada no boca a boca desde que foi criada, provavelmente por volta de 1.400 antes de Cristo, a saga do patriarca apresenta grandes semelhanças com outros dois mitos babilônicos, um sumério e outro acádio, que contam como a ira divina se abate sobre a humanidade na forma de uma grande e destruidora chuva.

    “No mito sumério, o herói escolhido pelos deuses para sobreviver se chama Ziusudra. No acadiano, Utnapishtim”, conta Lidice Ribeiro, antropóloga e professora de ciência da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A diferença de Noé é que ele tenta pôr mais gente na arca. Nas outras histórias, não há interesse de salvar outros. E a duração do dilúvio é diferente: na Bíblia, são 40 dias e 40 noites, nos mitos babilônicos, 7 dias e 7 noites.” Além disso, as histórias se distinguem no desfecho. Noé recebe a missão de repovoar a Terra, enquanto os outros heróis ganham vida fértil em locais similares ao paraíso.

    É esse perfil generoso e responsável, de fundo moral, que fez de Noé um personagem adequado à Bíblia, onde entrou pelas mãos dos judeus que primeiro formataram o Velho Testamento, transcrevendo em aramaico 39 histórias consideradas sagradas da região. “A Terra tem uma nova chance por causa de um homem fiel a Deus. Nos outros mitos, essa fidelidade não aparece”, diz Lidice.

    No longa Noé, do diretor Darren Aronofsky, é possível esperar certa influência dos mitos babilônicos. O cineasta produziu umagraphic novel chamada Noah: For the Cruelty of Men (Noé: Pela Crueldade dos Homens, em tradução direta), lançada em francês em 2012. O texto da HQ traz um Noé tomado por certa angústia e, sintoma dos tempos atuais, mensagens sobre os problemas ambientais. Aronofsky descreve ali o personagem como um homem “obscuro e complicado”, que carrega em si a “culpa da sobrevivência”.

    Outra importante figura no Velho Testamento que terá sua história revista nos cinemas em 2014, no filme Exodus, é Moisés, personagem central também de Os Dez Mandamentos, estrelado pelo ator Charlton Heston e um dos mais importantes longas religiosos da história. Assim como Noé entrou na Bíblia para defender os valores que carregava, Moisés também teve a sua missão ao entrar no livro sagrado. A história do mais importante patriarca para os judeus foi usada, de acordo com Tércio Siqueira, professor da Universidade Metodista de São Paulo, para estimular os hebreus no período que se seguiu ao maior desastre sofrido por esse povo, no início do século VI a. C., o cativeiro na Babilônia, quando os judeus foram levados como escravos, em massa, por ordem do imperador Nabucodonosor II.

    “A história de Moisés deve ser comparada com a narrativa sobre José (Gênesis 37 - 50). A razão dessa leitura paralela é que a história de José ensina que o povo bíblico precisa aprender a conviver com os estrangeiros; enquanto a história de Moisés ensina que os israelitas precisam libertar-se dos poderes opressores para desenvolver uma nova proposta de sociedade”, diz Siqueira.
“São produções confortáveis para todos – para o estúdio, que faz uma aposta certa, e para o público, que, se já conhece o final da história, pode admirar sua nova roupagem. E os filmes agora devem vir em iMax, 3D e, provavelmente, 4D, com cheiros, temperaturas variadas e movimentos das cadeiras”, diz Gatti. “Por não ter censura, a família vai reunida ao cinema, principalmente no caso do Brasil, que tem uma formação cristã. Esses elementos tornam o longa ainda mais rentável.”

Cristãos mais fervorosos, contudo, devem diminuir as expectativas sobre essa nova safra bíblica no cinema. Blogs e sites religiosos americanos já alertam seus seguidores de que boa parte dos longas não seguirá o livro sagrado ao pé da letra e deve, na verdade, representar novas leituras e estudos sobre seus personagens, considerados por alguns até como heresias.

“A grande diferença entre as produções bíblicas anteriores, principalmente as dos anos 1950 e 1960, e as que virão, será a falta da ‘reverência’”, diz Luiz Vadico, historiador e pesquisador das relações entre Cinema e Religião na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Havia uma preocupação entre cineastas e religiosos da época de se criar e estabelecer uma imagem das sagas bíblicas que fosse respeitosa e distante do ‘mundano’. No trailer de Son of God, Jesus Cristo é mostrado como uma espécie de super-herói com grandes poderes. Não se aproxima do Cristo histórico, mas dos X-Men.”
Filmes x estudos – Nos Estados Unidos,Son of God será o primeiro a estrear, em fevereiro. Ainda sem data para chegar ao Brasil, o longa é derivado da minissérie A Bíblia, e vai narrar toda a vida de Jesus Cristo. “Jesus não era representado no cinema há 10 anos, desde o filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, em 2004”, diz Roma Downey, atriz que vive Maria na série e no longa-metragem, em entrevista ao site de VEJA. “Será um filme épico, com milagres, lindas paisagens, uma bela trilha sonora e um elenco multicultural. O orçamento ultrapassou pouco mais de 20 milhões de dólares”, conta Roma, que também é produtora da série e do longa.
Ela sugere que o sucesso da série, exibida pelo canal americano History Channel e acompanhada por mais de 100 milhões de espectadores nas cinco noites em que foi ao ar nos EUA, foi um dos motivos que despertou a indústria do cinema para o tema. Além do filme, o programa rendeu frutos como um livro baseado em seu roteiro, um box com quatro DVDs cheios de extras, que será lançado dia 20 de dezembro no Brasil, e uma segunda temporada, também prevista para 2014. “Por enquanto, a continuação televisiva se chama A.D. Ela vai seguir a vida dos discípulos de Jesus após sua morte”, conta a atriz.

Por aqui, A Bíblia é exibida pela TV Record, que alcançou com ela a vice-liderança no Ibope da faixa das 21h30, às quartas-feiras. A emissora encontrou o caminho para a boa audiência ao produzir programas pautados na Bíblia: A História de Ester (2010), Sansão e Dalila (2011), Rei Davi (2012) e José do Egito (2013). Para o primeiro trimestre de 2014, o canal prepara o seriado Milagres de Jesus e estuda uma possível adaptação da história de Moisés.

Reforçando a ideia de Bíblia para todos, Roma diz que a proposta do filme não é fazer publicidade religiosa, e sim mostrar um personagem histórico e sua ação política. A visão é próxima da apresentada pelo autor Reza Aslan, pesquisador islâmico e autor do recém-lançado Zelota: a Vida e a Época de Jesus de Nazaré (tradução Marlene Suano, Zahar, 308 páginas, 36,90 reais). Aslan defende que Jesus não pretendia trazer a paz ao mundo, mas sim lutar pela igualdade e contra o domínio do império romano. “Escolhemos o ator português Diogo Morgado para o papel principal, pois queríamos um ator que pudesse passar ao mesmo tempo a ideia de um leão e de um cordeiro, que são as duas características principais da personalidade de Jesus”, diz Roma, sobre o belo ator de olhos claros e sorriso econômico.

O ponto de vista do pesquisador Aslan sobre Jesus está longe de ser novo. Diversos outros autores, como o teólogo americano Ched Myers e o norueguês Halvor Moxnes, já lançaram obras e estudos na mesma linha. O foco em pesquisas sobre a personalidade de Jesus, sua aparência e possíveis laços afetivos pode estar ligado ao fato de que, por muito tempo, os motes dos estudos tinham o intuito de provar ou não a sua existência. Após descobertas arqueológicas como a urna funerária de pedra com a inscrição em aramaico "Tiago, filho de José, irmão de Jesus", última grande evidência encontrada, em 2002, e a múltipla confirmação de sua passagem pela Galileia por testemunhos de contemporâneos ou nomes de gerações imediatamente posteriores, restam poucos estudiosos que duvidam da sua existência.

Histórico e retomada – Desde que o mundo é mundo, a religião é usada pelo homem para dar sentido à vida. Por isso, não é de se estranhar que filmes de cunho místico atraiam tanta gente. Também não é de se estranhar que os primeiros longas de temática bíblica, os chamados “filmes de Cristo”, sobre a vida ou a morte de Jesus, tenham surgido em 1896, praticamente junto com a invenção dos irmãos Lumière. Essa onda inaugural da Bíblia na sala escura seguiu até o final dos anos 1920, quando despontou o diretor Cecil B. DeMille, que fez, então, a primeira versão do seu clássico Os Dez Mandamentos (1923). Ao longo da carreira, o diretor se aventurou por outras histórias que flertavam com as teorias e os valores cristãos, ora questionando-os, ora seguindo as escrituras ao pé da letra.
A sua mais aclamada incursão na área se deu no período mais prolífico do filão, entre os anos 1950 e 1960, com o remake de Os Dez Mandamentos (1956). Com melhores recursos de tecnologia e um orçamento gordo de 13 milhões de dólares – fortuna para época, mesmo em Hollywood –, o cineasta conquistou, então, sete indicações ao Oscar, inclusive a de melhor filme, e levou para casa o prêmio de efeitos especiais. Entre os truques usados no filme, o mais comentado é, sem dúvida, o da abertura do Mar Vermelho. Para isso, DeMille filmou dois grandes tanques jorrando água e depois utilizou as imagens de trás para frente.
Desse período, destacam-se outras grandes produções como Sansão e Dalila (1949), também de DeMille, indicado a cinco Oscars e vencedor de dois, de melhor direção de arte e figurino;Ben-Hur (1959), o longa de William Wyler que faturou 11 estatuetas no Oscar e que não é propriamente bíblico, mas se passa na época de Jesus e, em certos momentos, cruza com a história do nazareno; e A Maior História de Todos os Tempos (1965), sobre Cristo, dirigido por George Stevens e David Lean e indicado a cinco Oscars.
Esses filmes surgiram no contexto do pós-guerra, em que valores religiosos eram bem vistos. Recuperar a fé não era, no entanto, a razão do investimento em tais longas. Neutros, eles ajudavam a proteger cineastas da perseguição política promovida pelo macarthismo. “Filmes de temática religiosa tendiam a comprometer menos os estúdios no período da ‘caça às bruxas’, que buscava encontrar comunistas e seus simpatizantes em meio à indústria cinematográfica”, conta o professor Vadico. “Era um risco muito menor investir em produções que deixassem claro que eles estavam do lado da fé, contraponto ao ateísmo comunista.”
Depois de um tempo apagado, o gênero religioso fez algumas tímidas tentativas de retorno nos anos 1970, mas com um caráter mais irreverente, como se vê em Jesus Cristo Superstar (1973), de Norman Jewison. Na década de 1980, a produção bíblica volta a ter força (e seriedade), com longas como Rei Davi (1985), de Bruce Beresford, com Richard Gere no papel-título, e A Última Tentação de Cristo (1988), de Martin Scorsese, que foi indicado ao Oscar de melhor direção pelo filme.
A produção mais significativa a vir na sequência foi A Paixão de Cristo, lançada por Mel Gibson em 2004. Com 30 milhões de dólares no orçamento, o cineasta abusou das cenas de violência e apelo emocional. Como resultado, conseguiu três indicações ao Oscar e mais de 611 milhões de dólares em bilheteria, sendo 15 milhões de dólares apenas no Brasil, a quinta melhor arrecadação do filme no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Itália, Reino Unido e México.
“Um dos principais feitos do filme do Mel Gibson foi a fidelidade histórica que ele prometeu, valorizada pelo público que não gosta das alterações em histórias originais da Bíblia”, conta Gatti. “O filme era falado em aramaico e entrou com legenda nos Estados Unidos, recurso considerado fora do comum e estressante para os americanos.”
Ao que tudo indica, tal fidelidade não será vista nas produções que virão nos próximos anos, porém, os novos filmes herdam de Gibson o caráter épico aliado à força da indústria do espetáculo, ambos elementos bem utilizados pelo diretor. Essa mistura, somada às novas possibilidades dos efeitos especiais, deve dar ao filão religioso um novo boom, comparável ao atual fenômeno de filmes com super-heróis e tão lucrativo quanto.
“Há uma necessidade crescente no mundo todo, especialmente no ocidental, de arquétipos, de heróis — vestidos, no entanto, como seres humanos normais. Pessoas que possam revolucionar o mundo”, diz a antropóloga Lidice Ribeiro, professora de ciência da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Existe uma busca por grandes exemplos. A Bíblia traz personagens mais fortes do que Thor ou Homem de Ferro, pois são homens de carne e osso que fazem façanhas inacreditáveis, tanto para os que acreditam que as histórias são reais quanto os que buscam apenas entretenimento.”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Torcedor do Vasco preso por agredir rapaz com barra de ferro era saxofonista em igreja evangélica

A partida entre Atlético Paranaense e Vasco da Gama pela última rodada do Campeonato Brasileiro no último fim de semana ficou marcada pelas cenas de violência entre membros das torcidas dos dois times. Entre as imagens mais chocantes do confronto entre as torcidas está a de um membro da torcida organizada vascaína Força Jovem que foi flagrado usando uma barra de ferro para agredir um rapaz que já estava caído e desacordado.
Morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o homem flagrado agredindo outro torcedor com uma barra de ferro é Leone Mendes da Silva, de 23 anos. Familiares e conhecidos do jovem afirmaram que as cenas de violência protagonizadas por Leone não combinam com usa personalidade. Pessoas próximas a ele o descrevem com um descontraído e pacato barbeiro do bairro, e ex-saxofonista da banda da igreja evangélica local; ao comentar sobre o caso, sua mãe diz que espera que essa situação “sirva para ele voltar para os pés do Senhor”.
De acordo com o jornal Extra, pessoas próximas a Leone e sua família se mostraram surpresas com a violência protagonizada por ele e contam que o barbeiro, que é solteiro e filho único, é quem sustenta a casa onde mora com sua mãe, construída no mesmo terreno utilizado por outros parentes.
- Eu estou realmente surpresa. Ele foi aluno do meu marido, frequentou a minha casa e sempre foi uma ótima pessoa. Não sei o que aconteceu – disse uma vizinha.
Apesar dos relatos dos vizinhos, essa não foi a primeira vez que o jovem se envolveu em brigas entre torcidas. Em 2011 ele foi obrigado pela Justiça a permanecer oito meses longe dos estádios, acusado e “incitar a violência” contra torcedores do Fluminense.
A defesa de Leone tentará sua liberdade alegando legítima defesa. Segundo um primo do jovem, a defesa afirmará que Leone entrou na briga para se defender de agressões e, como os vascaínos eram minoria, “utilizaram o que tinham em mãos”.
Cleuza Mendes da Silva, de 48 anos, mãe de Leone, se diz surpresa com a atitude do filho, e comentou sobre o fanatismo dele pelo clube carioca.
- Ele sempre torceu pelo Vasco, mas esse fanatismo aumentou com o tempo. Eu sempre falando: “Meu filho, larga isso de jogo, de torcida”. Mas nunca pensei que ele faria uma coisa dessas. Eu preciso que ele me explique o que aconteceu lá. Ele é um rapaz bom – afirmou Cleuza, que disse também que ora para que o filho volte para a igreja.